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Filha de jornalista, foca e apaixonada pela profissão que escolhi. Criei este blog com o intuito de publicar os textos confecionados por mim durante o meu curso na faculdade. Fiquem à vontade para deixar sugestões, críticas e elogios!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

PERFIL - JARBAS VASCONCELLOS

* Texto confeccionado em 11 de Março de 2009.

Em 23 de agosto de 1942, na cidade de Vicência (PE), nascia uma das mais conhecidas figuras da política nacional contemporânea. Tendo ocupado inúmeros cargos ao longo dos seus quase 40 anos de carreira política, o filho de Carlindo de Moraes Vasconcelos e Áurea de Andrade Vasconcelos foi sempre uma personalidade constante e polêmica na agenda política e econômica do país.

Sua intimidade com o mundo político nasceu quando ingressou na Universidade Católica de Pernambuco, em 1964, onde se formou em Direito. Jarbas, seguindo os rumos da militância política, foi um dos fundadores do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), no qual ingressou em 1966. Dentro do MDB, pertencia à banda do partido que se destacou na resistência à ditadura militar e na defesa dos direitos democráticos, participando posteriormente do movimento das “Diretas Já” (1984).

Conciliando a advocacia e a política, o atual senador do Congresso Nacional foi eleito deputado estadual em 1970 e deputado federal em 1974. Após a tentativa frustrada de se tornar senador nas eleições de 1978, Jarbas ingressou no PMDB (partido ao qual pertence até os dias atuais), reelegendo-se como deputado federal em 1982.

Apesar de ter participado ativamente no movimento das “Diretas Já”, Jarbas rebelou-se contra as eleições indiretas de 1985, não comparecendo ao Colégio Eleitoral que elegeu o ex-governador de Minas, Tancredo Neves, à Presidência.

Ainda em 1985, Jarbas não hesitou em deixar o PMDB quando viu seu futuro político ameaçado pela legenda, que montou uma convenção municipal para derrotar suas pretensões de se candidatar à prefeitura do Recife. Após o ocorrido, o pernambucano buscou refúgio no PSB, formando a “Frente Popular do Recife”. Esta coligação tinha como âncora a própria imagem de Jarbas, aliada ao apoio da maioria do PMDB e de outros partidos como o PT e PC do B. Mesmo à custa da infidelidade partidária, Jarbas conseguiu se eleger prefeito de Recife. Assim que pode, voltou ao PMDB, logo após o término de seu mandato pelo PSB. Na ocasião, Jarbas ocupou o cargo de presidente nacional do partido, por conta da candidatura de Ulysses Guimarães à Presidência, com quem mantinha estreitas relações, desde os tempos de MDB.

Já como candidato ao governo do estado de Pernambuco, em 1990, foi derrotado pelo candidato do PFL Joaquim Francisco. Antecessor na prefeitura, Joaquim tinha também derrotado o candidato do PMDB às eleições municipais de 1988. Em 1992, Vasconcelos foi eleito pela segunda vez à Prefeitura do Recife, deixando para trás adversários como Eduardo Campos (neto de Miguel Arraes, líder influente na política pernambucana) e André de Paula (candidato de Joaquim).

Jarbas ainda criou outra coligação, chamada “União por Pernambuco”, entre PMDB e PFL, que cogitava sua possível candidatura ao cargo de governador de Pernambuco nas eleições de 1994. Tendo preferido permanecer no cargo de prefeito, a “União por Pernambuco” lançou como candidato ao governo do estado o deputado Gustavo Krause, que perdeu para o ex-governador Miguel Arraes.

Nos anos consecutivos, Jarbas manteve sua aliança com o PFL (atual Democratas), impedindo a reeleição de Arraes e sendo eleito governador em 1998. Em 2002, Jarbas chegou até mesmo a ser cotado como vice-presidente na chapa de José Serra à Presidência. Permaneceu no cargo de governador até 2006, quando renunciou para tentar uma vaga no Senado. O atual senador foi eleito com 2.031.261 – 56,14% dos votos válidos.

De acordo com sua trajetória profissional, fica claro que sua importância e influência no PMDB remontam à criação da legenda. Mesmo assim, o atual senador tem feito duras críticas ao próprio partido, declarando à Veja, semanas atrás, que boa parte do PMDB "quer mesmo é corrupção". O senador pernambucano também afirmou que o presidente Lula tem sido conivente com a corrupção no governo e que o programa Bolsa Família é o maior programa oficial de compra de votos no mundo.

A entrevista dada por Jarbas gerou desconforto no âmbito político e pôs lenha na fogueira no embate entre governo e oposição. De um lado, Pedro Simon veio somar forças à Jarbas dizendo que "O PMDB está se oferecendo para ver quem paga mais e quem ganha mais". Quem apóia a iniciativa do senador afirma que a corrupção é como um “tumor” na democracia brasileira e que sua entrevista seria um grito de “basta”.

Por outro lado, adversários afirmam que o senador só concedeu sua polêmica entrevista porque estaria a serviço da candidatura do governador José Serra à Presidência da República. Partidário do tucano José Serra, Jarbas Vasconcelos tentaria assim levantar a questão da divisão do PMDB para ter, mais na frente, um argumento forte: "O bom PMDB está com o PSDB, por uma questão de ética e princípios", enquanto a banda podre estaria com o candidato do PT e até mesmo podendo ocupar a vice-presidência na chapa encabeçada pela ministra Dilma Rousseff.” – como afirmou a jornalista Denise Mendes, do “Estado de Minas”.

Político preocupado com a ética e a moral ou oportunista? De qualquer forma, Jarbas Vasconcellos já tem seu nome gravado na história da política brasileira, o que, para mal ou bem, é conquista para poucos.

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